Ministério da Saúde divulgou, na sexta-feira (21), uma nota técnica com uma lista de justificativas para a rejeição do protocolo contra o uso do chamado ‘kit Covid’.
Em um trecho do documento, a pasta afirma que existe efetividade e segurança no uso da hidroxicloroquina no tratamento da Covid-19, mesmo o medicamento já sendo considerado ineficaz por sociedades científicas.
No mesmo trecho, a nota afirma não existir efetividade e segurança no uso de vacinas contra o novo coronavírus. Contudo, dados da própria pasta mostram que o número de casos, hospitalizações e mortes por Covid sofreu uma drástica queda após o início da campanha de vacinação no Brasil.
Na tabela divulgada no documento, ainda é dito que as vacinas possuem alto custo e que os estudos foram financiados pela indústria, enquanto a hidroxicloroquina possui baixo custo e não teve estudos financiados.
Veja a tabela publicada na nota técnica:
O secretário de Ciência, Tecnologia, Inovação e Insumos Estratégicos do Ministério da Saúde, Hélio Angotti Neto, rejeitou todos os protocolos elaborados pela Comissão de Incorporação de Tecnologias ao SUS (Conitec) sobre o tratamento de Covid-19.
Entre os documentos vetados, está o estudo Diretrizes Brasileiras para Tratamento Medicamentoso Ambulatorial do Paciente com Covid, que rejeita o uso do chamado ‘kit Covid’ em pacientes que estão em tratamento ambulatorial.
Angotti cita o “respeito à autonomia profissional” e a “necessidade de não se perder a oportunidade de salvar vidas”. O secretário ainda acusou a elaboração dos estudos de seguir um “possível viés na seleção de estudos e diretrizes”.
Na prática, o Ministério da Saúde ignora as orientações do grupo técnico sobre o não uso de medicamentos sem eficácia científica comprovada para o tratamento de Covid-19. Esses remédios não fazem parte do rol de fármacos do Sistema Único de Saúde (SUS). No entanto, ao vetar as diretrizes, o governo deixa a escolha aberta aos profissionais de saúde.
Angotti é um dos enquadrados pela CPI da Covid, do Senado Federal, por epidemia com resultado de morte. Ele foi alvo da comissão por ser um dos defensores do chamado “tratamento precoce”.
Foto: Divulgação/Ministério da Defesa
(Sociedade online)
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