A Secretaria da Saúde do Estado (Sesab) divulgou uma nota esclarecendo que não houve aplicação de doses de vacina contra Covid-19 com data de validade vencida em Salvador e outros municípios, a exemplo de Juazeiro.
“Conforme explica a superintendente de Vigilância e Proteção da Saúde (Suvisa), Rívia Barros, os imunizantes foram aplicados no prazo de validade, mas a notificação, ou seja, o registro no sistema do Ministério da Saúde ocorreu depois da data de vencimento da vacina”, esclareceu.
Além disso, a Sesab acrescenta que pode também ter acontecido um erro de digitação no sistema do Ministério da Saúde.
Lauro de Freitas
A Secretaria Municipal de Saúde de Lauro de Freitas (SESA) também informou que não foram aplicadas vacinas vencidas no município.
“A SESA esclarece que foi contemplada com dois lotes dos imunizantes citados na reportagem – Lote 4120Z005* com validade em 14 de abril e CTMAV506, em 31 de maio. No entanto, as doses foram aplicadas antes da data prevista para vencimento, conforme os relatórios da rede de frio do município, onde os imunizantes são armazenados. Nos dias dos vencimentos citados já não havia doses no estoque dos respectivos lotes”, diz a secretaria.
Por fim, a pasta esclarece ainda, que “somente o registro do sistema do banco de dados do Ministério da Saúde foi feito em data posterior a aplicação da vacina ou apresenta erro de digitação, conforme indica nota da Secretaria da Saúde do Estado da Bahia (Sesab)”.
Entenda o caso
De acordo com uma reportagem do jornal Folha de S. Paulo, publicada na última sexta-feira (2), registros oficiais do Ministério da Saúde apontam que pelo menos 26 mil doses vencidas da vacina AstraZeneca foram aplicadas em diversos postos de saúde do país, o que compromete sua proteção contra a Covid-19.
Até o dia 19 de junho, os imunizantes com o prazo de validade expirado haviam sido utilizados em 1.532 municípios brasileiros.
Segundo a pasta, a campeã no uso de vacinas vencidas é Maringá, reduto eleitoral de Ricardo Barros (PP), líder do governo Bolsonaro na Câmara dos Deputados. A cidade paranaense vacinou 3.536 pessoas com o produto da AstraZeneca fora da validade (primeira dose em todos os casos).
Depois aparece Belém (PA), com 2.673, São Paulo (SP), com 996, Nilópolis (RJ), com 852, e Salvador (BA), com 824. As demais cidades aplicaram menos de 700 vacinas vencidas, sendo que a maioria não passou de dez doses.
Além disso, outras 114 mil doses da vacina AstraZeneca que foram distribuídas a estados e municípios dentro do prazo de validade já expiraram. Não está claro se foram descartadas ou se continuam sendo aplicadas.
A AstraZeneca é a vacina mais usada no Brasil. Ela responde por 57% das doses aplicadas neste ano. A imensa maioria foi utilizada de acordo com as orientações do fabricante.
O que diz a Fiocruz?
A Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz) informou, em nota, que os lotes listados na reportagem da Folha não foram produzidos pela instituição. Parte deles se refere à carga importada já pronta do Instituto Serum, na Índia, onde a vacina é chamada de Covishield, e foi entregue ao PNI em janeiro e fevereiro.
Os demais foram fornecidos pela Organização Mundial da Saúde (OMS), por meio do Covax Facility. “A Fiocruz está apoiando o PNI na busca de informações junto ao fabricante, na Índia, para subsidiar as orientações a serem dadas pelo Programa àqueles que tiverem tomado a vacina vencida”, acrescentou.
Com informações da Folha de S. Paulo.
Matéria: Sociedade Online
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